terça-feira, 24 de setembro de 2013


DEPOIMENTO  DE ILONI  SOBRE O ENCONTRO DE FOZ DE IGUAÇU

VII ENEJAC – Encontro Nacional de Ex-Jacistas – Integração Latino-Americana – 7 a 11 de novembro de 2012 – Foz do Iguaçu
Algumas palavras sobre a importância da experiência que vivi ao participar desse Encontro. Antes de tudo quero agradecer a Dora, João, Zilba, Fernanda e Porfiria pela árdua tarefa de receber e acomodar a todos, de organizar e garantir o cumprimento da programação prevista, além de incluir demandas que foram se colocando. Parabéns pela competência e responsabilidade, e sobretudo, pela serenidade e paciência com que administraram um evento singular, grande e complexo.
De modo especial agradeço àqueles que conceberam um encontro de caráter internacional - Integração Latino-Americana - garantindo a presença de amigos, de companheiros de trabalho e luta de longa data de diferentes países e um programa de atividades, ações e reflexões coerentes com a dimensão proposta.Neste sentido quero registrar e comentar alguns aspectos, que para mim, foram altamente significativos.
O breve histórico da JAC, onde Dora apresentou as principais características e o contexto referente a cada uma das três fases que a marcaram no decorrer de sua história: nele, a JAC surge ligada ao projeto de evangelização da igreja apoiando suas ações e atividades, sobretudo, litúrgicas; no segundo momento, assume uma perspectiva de promoção humana e adota o método ver (a realidade), julgar (à luz do evangelho) e agir (plano de ação) e, na terceira fase, caminha numa perspectiva mais transformadora, de intervenção na realidade e de militância política.
Na minha opinião, esse histórico contribuiu para que pensassemos e buscassemos situar de alguma forma a nossa participação na história do Movimento, assim como, para pensar e refletir sobre o nosso ser e estar no mundo, hoje.
A visita a Itaipu Binacional, Marco das Três Fronteiras (Brasil, Argentina, Paraguai) e Ecomuseu. Impressionou-me o gigantismo da obra que revela a capacidade do homem, a grandeza e as consequencias de sua ação de intervenção na natureza, levando-nos a pensar sobre o significado, os ganhos, os benefícios e perdas para a população dos países envolvidos. Faz-nos pensar também na reação, na situação e no futuro das populações que estão sendo desalojadas por obras similares realizadas em nome de um desenvolvimento.

No Ecomuseu tivemos acesso a informações e dados relativos a ocupação humana na região (mais de 6 mil anos de acordo com a pesquisa antropológica). Conhecemos objetos e cenários que caracterizam o modo de viver, as relações com a natureza, com a vida e com a morte (as práticas culturais e religiosas) da população nativa durante um longo periodo histórico. A pergunta que fica: o que aconteceu com essa população, quem são e onde estão seus remanescentes?

Integração Latino-americana – tema título do Encontro - presente desde a fase preparatória e início do encontro foi abordado de diferentes formas e sob diferentes aspectos: a fala dos representantes dos países participantes sobre “Como é percebida a integração latino-americana?”, a conferência tratando da “Integração Latino-americana, história, avanços e desafios”, a palestra sobre “Os Movimentos Sociais na Integração Latino-americana”, a apresentação do mapa da America-latina por representantes dos países presentes, no momento do ofertório durante a celebração da missa, as conversas e trocas entre os participantes e a noite de Integração Cultural Latino-americana. Cada um desses momentos nos trouxe muitas informações, lembranças, descobertas, questionamentos, dúvidas e desafios.

As informações contribuiram para conhecer um pouco mais sobre a realidade dos países e a situação do homem do campo, seus problemas e avanços, bem como, sobre a vida, o trabalho e a atuação dos participantes, mas mostraram, ao mesmo tempo, que ainda sabemos muito pouco se entendemos a integração como um processo contínuo decorrente da construção de conhecimentos, trocas e ações conjuntas. Neste sentido, ao olhar o mapa exposto na missa e focar nos vários países que fazem fronteira com o Brasil descobri que assim como eu, possivelmente, muitos brasileiros, pouco sabem sobre cada um destes países, sobre a sua história, seus recursos, o seu povo e suas condições de vida, suas lutas, sua cultura, necessidades, problemas e desafios.

A conferência de João, apresentou um panorama geral da América Latina trazendo, além de um breve histórico, considerações sobre a situação atual, apontando avanços, dificuldades, principais ações e organizações que foram sendo criadas em diferentes países e entre diferentes países latino americanos. Com isso trouxe à memória o fato de que, nas decadas de 60 e 70 - período correspondente a nossa atuação na JAC - muitos desses países estavam sob ditadura militar fazendo-nos lembrar de muitas perdas e de situações dramáticas vividas por companheiros e amigos. Apresentou também um conjunto de dados e informações relativos aos processos democráticos, que hoje, depois de mais de quarenta anos, estão em andamento nos diferentes países, mostrando ao mesmo tempo, a existência de dificuldades, de ganhos e de enfrentamentos, de conquistas, avanços e retrocessos, assim como, a presença de inúmeras contradições nas experiências democráticas em construção.  

A palestra de (nome?) sobre “Os Movimentos Sociais na Integração Latino-americana”, tratou dos interesses, em conflito, (grandes corporações, governos, populações) pelo controle dos recursos – America-Latina região de maior reserva de recursos do planeta –, da necessidade de melhor conhecer as possibilidades e limites desses recursos e de construir uma nova visão sobre as relações do homem com a natureza com a percepção e compreensão da finitude dos recursos do planeta terra. Nesta perspectiva mencionou a criação da UNILA (Universidade Latino-Americana) voltada para a formação de profissionais e a produção de conhecimento sobre a região e, da qual participa um conjunto de doze paises. Falou da necessidade de promover a integração pela água, pelos biomas, pelos meios de produção. Falou da integração de saberes, do diálogo de saberes para fazer frente, por exemplo, aos fenomenos da seca e do pantanal existentes no Brasil e em outras regiões da America latina. Falou ainda da importância de politicas públicas e de programas como a Agua Boa, agricultura familiar, etc. que envolvam a sociedade civil, escolas, professores e instituições – educação formal, não formal e informal - como meios para forjar uma nova cultura e novas práticas.

Neste sentido, a apresentação e debate (pena ter sido pouco) das quatro ecologias de Leonardo Boff – ambiental, social, mental e integral – foi fundamental. Critica o modelo atual de inserção do homem no mundo e propõe parametros e diretrizes para a reformulaçao conceitual necessária a um novo tipo de entendimento e compreensão sobre o planeta terra do qual o homem não é o dono, mas parte integrante, um dos elementos que o constituem. Assim o vídeo, e as oportunas reflexões que ocorreram nos momentos da mistica coordenados por Angela, trouxeram subsídios para construir uma nova visão sobre o ser cidadão e do ser cristão no mundo hoje.

Na Mesa redonda, Magui do Paraguai, Isabel e Mari da Argentina, Zilba e Antonia do Brasil, falaram do  trabalho relativo, principalmente, a questões de genero e direitos das mulheres que desenvolvem  nos respectivos paises. Apesar das dificuldades que enfrentam e da lentidão nos processos de mudança, os relatos indicaram que novas práticas e novas experiências estão em andamento mostrando que a transformação da realidade é possível.

Um dos fatos importantes do Encontro foi o lançamento dos livros Retalhos de Vidas e História e Organização de Jovens Camponeses Cristãos 1947-1972, cuja realização foi capitaneada, principalmente, por Angela e Chica. Agradeço e parabenizo a elas, de modo especial, assim como aos demais particpantes da obra, pelo esforço de registrar a história e produzir a memória de uma experiência da qual todos nós participamos de alguma forma.

Emocionante também foi a noite de integração cultural latino-americana. Penso que superou o objetivo proposto. Uma experiência concreta de integração: música, cultura, dança, alegria, trocas, conversas, festa e muitos comes. Maravilha.

Por fim, preciso compartilhar uma experiência emocionante que vivi durante a visita às cataratas, para mim um grande desafio, por exigir um deslocamento nada fácil. Desci do elevador ao mirante andando devagar de braço dado com Angela e apoiada na fortaleza chamada Fernanda. É inesquecível e impossível descrever o cenário do entorno do mirante. A força e o som ensurdecedor da água, nos seus diferentes níveis e quedas, molhando a todos lentamente, o bailado no ar desenhado pelas muitas gaivotas na garganta do diabo e bem no alto, a presença de uma bandeira indicando tratar-se da fronteira Brasil Argentina. Ao retornar ao patamar do elevador e apoiar-me no corrimão encontrei uma minuscula e multicolorida borboleta batendo lentamente suas asinhas duplas, de tamanhos sobrepostos, e cores distintas. Quem é você, deu-me vontade de perguntar. Impressionou-me profundamente, encontrar aquela criaturinha, naquele lugar úmido, a abundância da água, a exuberância da floresta. Senti-me pequena naquela imensidão da natureza em festa, mas muitíssimo feliz por poder sentir essa emoção e perceber a presença de uma força superior. Deus existe… Obrigada Angela e Fernanda.Foi muito bom rever pessoas que há muito tempo não encontrava e conhecer outras tantas. Todos os presentes contribuiram de alguma forma para tornar o VII ENEJAC, concebido e organizado tal como foi, uma experiência rica, afetiva, instigadora e motivadora de novos pensares e fazeres.

                                                                                                                          Iloni Seibel

Convite para cerimônias em homenagem a Ilone

Queridos Amigos,Gostaríamos de convidá-los a participar das cerimônias que serão feitas pra mamãe.
Dia 06/10 , domingo (aniversário do  Clóvis, nosso pai) jogaremos as cinzas ao mar. Estamos marcando às 16:3Oh no Aterro do Flamengo  próximo ao restaurante Porcão Rio's.  Na altura da Avenida Rui Barbosa.
Tem uma passagem subterrânea em frente ao restaurante Belmonte ( praia do Flamengo) . Nesse caso, anda-se pela praia até o restaurante Porcão. Ou pega-se a passagem na Av. Rui Barbosa na altura da Av. Oswaldo Cruz.

Dia 10/10, quinta -feira às 20:30h . Culto- homenagem Coral Avareté. Organizado pelo amigo e regente  Joaquim Assis.
 Local  Igreja Bethesda , Copacabana.   Endereço:  Rua Guimarães Natal , 31. Copacabana.
A Rua Guimarães Natal sai da praça Cardeal  Arcoverde, na qual há uma estação de metrô.

Quem quiser prestar sua homenagem,  fique à vontade para fazê-lo no dia 06/10.
Pedimos por gentileza que confirmem a presença. Qualquer dúvida seguem nossos telefones.
Pedimos tbm que encaminhem aos amigos.

Augusto, Joana e Gabriel



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domingo, 22 de setembro de 2013

Papa ataca economia global por venerar "deus do dinheiro"


 


Texto de Philip Pullella
O papa Francisco fez um de seus mais fortes ataques ao sistema econômico global neste domingo, afirmando que ele não pode mais ter como base um "deus chamado dinheiro", e pediu que os desempregados lutem para obter trabalho.
Francisco, no início de uma viagem à capital da Sardenha, Cagliari, deixou de lado seu texto preparado em uma reunião com desempregados e improvisou por cerca de 20 minutos.
"Eu vejo sofrimento aqui...isso os enfraquece e rouba a esperança", disse ele. "Perdoem-se se usar palavras fortes, mas onde não há trabalho não há dignidade."
Ele descartou seu discurso preparado depois de ouvir Francesco Mattana, um homem casado de 45 anos e pai de três filhos que perdeu sem emprego em uma empresa de energia alternativa há quatro anos.
A multidão de cerca de 20 mil pessoas em uma praça perto do porto da cidade gritou o que Francisco chamou de oração por "trabalho, trabalho, trabalho". Eles gritavam a cada vez que o papa falava dos direitos dos trabalhadores e devastação pessoal causada pelo desemprego.
O papa, que depois celebrou a missa para cerca de 300 mil pessoas do lado de fora da catedral da cidade, disse a eles: "Não queremos esse sistema econômico globalizado que nos faz tão mal. Homens e mulheres têm que estar no centro (de um sistema econômico) como Deus quer, não o dinheiro."
"O mundo passou a idolatrar esse deus chamado dinheiro", disse ele.
Fonte: MSN/notícias