sábado, 22 de setembro de 2012

PROGRAMA DO VII ENEJAC EM FOZ DO IGUAÇU NO PERÍODO DE 07 A 11 DE NOVEMBRO DE 2012



Dia 7
15h Entrada no hotel
Recepção e credenciamento
Acomodação nos quartos
19h Janta
20h Boas Vindas /Abertura do Evento.
Apresentação dos participantes a ser feita
por um representante de cada estado ou pais.
Apresentação do programa
Dia 8
7h Café da manhã
8h Saída para Visita a Itaipu Binacional e Marco das três Fronteiras
12h Almoço no hotel
15h Mística
16h Mesa redonda com um representante de cada país sobre
“Como é percebida a Integração Latino-americana?”
(10 minutos por representante de cada país)
17h Cafezinho
17h15 Conferência sobre "Integração Latino-americana, história, avanços e desafios"
Debate, e conclusão
20h Janta
Noite Livre
Dia 9
7h Café da manhã
8h Saída para visita as Cataratas do Iguaçu e Parque das Aves.
13h Almoço no hotel
16h Cafezinho
16h15 Palestra: "Os Movimentos Sociais na Integração Latino-americana"
Debate
19h Informações sobre o Movimento MIJARC, na atualidade.
Comunicação de livros publicados ou a publicar sobre o trabalho
do Movimento, nos diferentes países Latino-americanos
20h Janta
Dia 10 Livre
7h Café da manhã
Este dia não terá atividades programadas para o grande grupo.
Cada grupo ou pessoa optará por programa de seu interesse.
No hotel serão servidas às refeições normalmente: café da manhã, almoço, cafezinho e janta.
Sugestões para o dia - Ir a:
Ciudad del Este (Paraguay) a compras.
Conhecer a cidade de Puerto Iguazú (Argentina) e tomar um delicioso vinho com umas riquíssimas
"empanadas criollas".
(os custos destes passeios não estão incluídos no pacote)
OU
Organizar grupos para debater temas de interesse comum.
(Conversar, rir, cantar, saber da vida dos amigos, olhar DVDS sobre temas de debates atuais, etc...)
20h Janta
21h Confraternização - Noite de Integração Cultural Latino-Americana
Dia 11
7h Café da manhã
8h Avaliação do encontro
Propostas para o VIII ENEJAC
Missa de encerramento
12h Desocupar os quartos
12h Almoço e partida

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Morreu o profeta do semiárido




RobertoMalvezzi (Gogó)

D. José JoséRodrigues foi o homem certo, no lugar certo, na hora certa. Quando chegou aJuazeiro para ser bispo, a barragem de Sobradinho estava em construção. Então,ele assumiu a sorte dos relocados, depois dos pobres em geral e nunca mudou.Chegou em 1975.

Aqui era áreade segurança nacional, regime militar, ACM governador, prefeitos nomeados pelopresidente da república. Não havia partidos, nem organizações populares. Então,com poucos padres e religiosas, chamou leigos para apoiar os 72 mi relocados.Assim, a diocese foi durante muito tempo o abrigo para cristãos, comunistas,ateus, qualquer um que movido pela justiça assumisse a causa do povo.

Depoisenfrentou o período das longas secas. Criou pastorais populares. Fez o opçãoradical pelos pobres e comunidades eclesiais de base. Usava as rádios e seupoder de comunicação para defender os oprimidos pelo peso dos coronéis e doregime militar.

Quando umgerente do Banco do Brasil foi seqüestrado, ele aceitou ser trocado. Ficou soba mira dos revólveres por dias, começando sobre a ponte que liga Juazeiro aPetrolina. Depois visitou seus seqüestradores na cadeia e ainda fez o casamentode um deles.

Abrigou nadiocese toda convivência com o semiárido, muito lembrado nesses tempos deestiagem. Por isso, quando a ASA fez um de seus encontros nacionais, quisfazê-lo em Juazeiro para homenagear esse profeta do semiárido. 

Costumavacontar que recebeu muitos presentes quando chegou e foi reverenciado pelaelite. No terceiro ano ganhou três camisas. No quinto ano ganhou de presenteuma única camisa dada por uma prostituta que freqüentava a escola Senhor doBonfim, trabalho feito junto às prostitutas da cidade. 

Quando foiembora saiu com toda a mudança que trouxe: uma mala que cabia uma muda deroupas – que ele lavava todas as noites para vestir no dia seguinte– e seu livro de oração.

Na celebraçãode despedida afirmou na catedral: “nunca trai os pobres, nem em época deeleição”.

D. Joséfaleceu nessa madrugada, dia 9 de Setembro, em Goiânia, comunidade redentoristade Trindade, para onde foi depois de 28 anos em Juazeiro. 

Seu corpo serátransladado para Juazeiro na segunda-feira, onde será enterrado. Aqui, suamemória jamais será esquecida por aqueles que com ele conviveram, sobretudo,pelos em situação de pobreza, nos corações dos quais ele reside. 


O QUE NOS ESPERA EM FOZ DO IGUAÇU?



Foto arquivo - VI ENEJAC Forlateza/Ceará


O reencontro com os amigos e amigas do nosso tempo de juventude.

O reencontro com os companheiros e companheiras da JAC do Brasil e de outros países da América Latina

O reacender de um passado distante, mas que está muito presente.

A oportunidade de reavivar o nosso compromisso com a realidade.

A oportunidade de nos debruçarmos sobre a situação dos países latino-americanos.

A oportunidade de assumirmos um compromisso com a integração latino-americana.

A oportunidade de conhecer mais um pedaço do Brasil, admirar suas belezas e riquezas naturais e conviver com o seu povo.

 

 

"As marcas das pessoas que caminharam juntas nunca se apagam."

 
Um provérbio africano diz :
"As marcas das pessoas que caminharam juntas nunca se apagam."
E assim são as marcas que nosso caminhar jacista deixou em todos nos.
Nunca se apagaram.
Por isso queremos, como irmãos de fé e de utopias que fomos, encontrar-nos e cantar com Atahualpa:
...............
Yo tengo tantos hermanos que no los puedo contar
En el valle, la montaña, en la pampa y en el mar.
Gente de mano caliente, por eso de la amistad
Nos perdemos por el mundo, nos volvemos a encontrar
Y así nos reconocemos por el lejano mirar,
Yo tengo tantos hermanos que no los puedo contar...”(Atahualpa Yupanqui)
 
 
Queridos amigos e amigas!
 
A data de nosso encontro está próxima. Continuamos trabalhando na organização. Ainda não temos tudo resolvido, mas temos fé que, com ajuda de Deus, no dia 7 de novembro estará tudo certo para recebê-los!
 
Aproveitamos para enviar esta breve mensagem a todos os participantes de VII ENEJAC para lembrar que o dia 3 de setembro vencia a terceira e última parcela de R$ 300,00, referente à participação no encontro.
 
Como tem entrado na conta mais pagamentos que comprovantes enviados, lembramos que para poder saber quem realizou os depósitos, cada um/a deve enviar o comprovante ou os dados do depósito.
 
Quem já comprou passagem e não enviou as informações sobre o voo (companhia, horário, número de voo, data de chegada), favor enviar, para poder informar a quem fará o traslado do aeroporto ao hotel.
Nos próximos dias enviaremos o programa definitivo.
 
Um abraço fraterno,
 
A comissão organizadora.

POVO BRASILEIRO PERDE Dom José Rodrigues

dom jose

A CPT – Comissão Pastoral da Terra de Juazeiro, da Bahia e do Brasil, com fé e amor, celebra a Páscoa de dom José Rodrigues de Souza CSSR. A gratidão supera a dor desta hora de sua partida, para rogarmos a Deus por seu merecido descanso e pela continuidade por nós de sua obra redentora.
Bispo de Juazeiro entre 1975 e 2003, dom José foi um dos fundadores da CPT Regional Nordeste III (Bahia/Sergipe), em 1976, da qual foi bispo acompanhante por muitos anos. Criou logo em seguida a CPT de Juazeiro, como resposta pastoral ao sofrimento do povo expulso pela barragem de Sobradinho e aos camponeses vítimas da grilagem de terra, no início da irrigação agrícola no submédio São Francisco. A todas as demandas do povo sertanejo, multiplicadas e prementes, sua sensibilidade humana e pastoral soube responder, ao criar (ou reforçar) outras sete pastorais sociais (juventude do meio popular, pescadores, mulher marginalizada, saúde, reassentados, carcerária, criança), “círculos de cultura” (com Paulo Freire), um setor diocesano de comunicação, uma biblioteca de 45 mil volumes, uma campanha pioneira pelas cisternas familiares de água de chuva, pilar da Convivência Com o Semiárido, e uma destinação social ao patrimônio da diocese em terras na cidade de Juazeiro. Como uma Igreja Nordestina, atuou sempre articulado com as dioceses e bispos vizinhos: Senhor do Bonfim (d. Jairo), Rui Barbosa (d. Matthias e d. André), Paulo Afonso (d. Mário e d. Esmeraldo), Petrolina-PE (d. Paulo) e Propriá-SE (d. José Brandão, redentorista como ele). Favoreceu a articulação sindical de todo o vale do São Francisco, que se reunia no centro de encontros da diocese, em Carnaíba do Sertão. Em tempos de silenciamento, foi porta-voz dos pobres nas igrejas e capelas, no rádio, no boletim mensal da diocese (“Caminhar Juntos”), na Assembléia Legislativa, na Câmara Federal e em viagens pela Europa. À tardinha das sextas-feiras, parava-se nas estradas para ouvir seu “Semeando a verdade”, na Emissora Rural, e as comunidades reuniam-se ao redor do rádio para ouvi-lo. Todos os meios disponíveis à época ele soube lançar mão pela libertação do povo.
Não se intimidou com a repressão militar, os quatro municípios atingidos pela barragem de Sobradinho transformados em “área de segurança nacional”. Sua casa foi invadida e vasculhada, os muros e portas da catedral pichados pelo Comando de Caça aos Comunistas. Toda reação popular aos desmandos públicos e privados lhe era atribuída, como as mortes de fazendeiros no vale do Salitre em confronto com lavradores que defendiam sua água sugada pelas motobombas de grandes irrigações. As conquistas do povo nos reassentamentos dos atingidos pela barragem de Sobradinho devem muito à sua voz destemida e ao trabalho que encomendava à CPT. A organização eclesial (CEBs), sindical e política do povo sertanejo teve grande impulso sob sua inspiração e incomodou os coronéis locais e os donos do poder na Bahia. Por conta de seu destemor na defesa dos pobres, explorados e oprimidos, esteve por várias vezes sob risco de violência e morte, mas não retrocedeu, impávido, às vezes contra nossa vontade. A entrega de si aos outros se tornou definitiva quando se fez refém de assaltantes em lugar da família do gerente do Banco do Brasil e esteve por dias com um revolver apontado para sua cabeça, perdoou os criminosos, escrevia-lhes e ajudava a se recuperarem.
Ao deixar a diocese, quando completou 77 anos de idade, disse como da essência de um testamento: “nunca traí os pobres”. Sem dúvida alguma, sua fidelidade mais profunda era a Jesus de Nazaré. E foi-se como veio, praticamente com a roupa do corpo. Nestes sertões, neste país, e mesmo nesta Igreja, não é pouco... Diante das sugestões para produzir suas memórias, dizia: “memória só tem uma, a Eucaristia”.
Sua morte a menos de um dia após a festa da padroeira, Nsa. Sra. das Grotas, que celebrou também os 50 anos da diocese, a qual ele, firme e humilde, dirigiu por 28 anos, nos faz pensar no quanto sua vida estava intimamente ligada à trajetória desta Igreja de Cristo nos sertões do São Francisco. “Mãe das Grotas... em teus braços vê se acolhe... os que lutam, os que vivem e os que morrem”.
Dom José Rodrigues, Dom José, Dom Rodrigues, Rodriguinho, grão fértil de trigo morto, produtivo (cf. João, 12,24), você nos deixa para habitar misteriosa e mais fortemente nossos espíritos e nossas lutas. Com esperança, nós da CPT nos comprometemos em preservar sua memória e ser fiel a seu exemplo e inspiração, na continuidade do serviço incansável aos pobres do campo de hoje, causa do Reino de Deus de sempre. Homem de fé e ação, de espírito e coração, de pouco corpo e muita alma, profeta do nosso tempo, pastor dos pobres da terra, homem santo, cuida de nós! Amém!
Juazeiro / Salvador / Goiânia, 10 de setembro de 2012.
Comissão Pastoral da Terra