domingo, 22 de abril de 2012

RIO + 20


Rumo à Rio+20: sociedade quer mais que discursos

Sociedade se mobiliza para que a conferência, que será realizada em junho de 2012, no Rio de Janeiro, seja muito mais que um balanço da ECO 92 e priorize ações efetivas.  

Por Sucena Shkrada Resk
Não há como negar que a comemoração de duas décadas da Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento, a ECO 92, também conhecida por Cúpula da Terra, deverá ter um grande significado simbólico durante a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio+20, entre 4 e 6 de junho de 2012. Até hoje, o evento é considerado o principal marco histórico socioambiental, mas o que muitos temem nos bastidores da preparação da futura conferência é a possibilidade de o evento se restringir a um simples balanço e propostas no papel, já que não tem caráter deliberativo, não representando avanços significativos na busca pela sustentabilidade no planeta.

Organizações não-governamentais (ONGs) e movimentos sociais e empresariais já se mobilizam para pressionar e propor pautas de políticas públicas aos governos, a fim de que a Rio+20 possa resultar em ações efetivas. Para isso, está em curso a elaboração de uma agenda de eventos extra-oficiais que antecederão o encontro oficial. No centro das discussões, está o tema “Economia Verde, no contexto do desenvolvimento sustentável e da extrema pobreza”.


Nesse sentido, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) chegou a lançar, em fevereiro deste ano, o relatório “Rumo a uma Economia Verde: Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da Pobreza”. O documento sinaliza que, para concretizar a transição para uma “economia verde”, seria necessário um investimento de 2% do Produto Interno Bruto Global (PIB) – cerca de US$ 1,3 trilhão – em dez setores: agricultura, edificações, energia, pesca, silvicultura, indústria, turismo, transporte, água e gestão de resíduos. Mas diretrizes sobre essa pauta ainda estão longe de serem definidas.


A Rio+20 também será palco para se avaliar os resultados práticos de importantes documentos gestados a partir da ECO 92, como a Agenda 21, as Convenções sobre Mudança do Clima e a Diversidade Biológica, a Declaração de Princípios sobre as Florestas, de Combate à Desertificação, entre outros que foram elaborados posteriormente, como a Carta da Terra, em 2000.


Mobilização da sociedade e o FSM 2012


No Brasil, foi formado o Comitê Facilitador da Sociedade Civil Brasileira para a Rio+20. Segundo Aron Belinky, coordenador de Processos Internacionais do Instituto Vitae Civilis, que representa o Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (FBOMS) na Coordenação Nacional do Comitê, o papel do grupo – atualmente formado por 14 redes – é trazer mais participantes para o debate até o ano que vem. “Nossas ações são elaboradas por meio de grupos de trabalhos. Um deles é o de formação e mobilização, que deverá levar os temas em discussão para a sociedade e cuidará da organização do evento paralelo previamente chamado de Cúpula dos Povos, que terá a participação da sociedade civil”, pontua.

O encontro popular, segundo ele, deverá começar antes, por volta do dia 21 de maio de 2012. “Além de representantes do Brasil, outros do Canadá, França, Japão, e de alguns países da América Latina já estão envolvidos nestas ações”, adianta o ambientalista. “Na Cúpula dos Povos, queremos que seja garantido que a economia verde seja avaliada como um interessante indutor de sustentabilidade, desde que abranja as questões sociais, além das ambientais, e tenha sempre presente a questão da qualidade de vida dos cidadãos, além da ecoeficiência.”
Uma outra frente da sociedade civil rumo à Rio+20 se dará no âmbito do Fórum Social Mundial (FSM). A decisão foi tomada ao final da edição deste ano, em Dacar, no Senegal. Segundo o empresário e ativista da área de responsabilidade social, Oded Grajew, que integra o Comitê Internacional do FSM – que ocorrerá entre 27 e 31 de janeiro de 2012 (data sujeita a alterações) –, a edição internacional descentralizada do evento terá como principal pauta a temática ambiental, voltada à conferência.
“O FSM não representa as elites econômicas e exigirá uma demanda de mobilização da sociedade sobre outro modelo de desenvolvimento. Trataremos de propostas de mudança da matriz energética para a renovável, da questão nuclear, das hidrelétricas em confronto com as populações indígenas, do modelo de consumo e resíduos orgânicos, entre outros”, aponta Grajew. Segundo ele, a meta é propor políticas públicas ao governo e informações sobre indicadores quanto à grave situação do modelo atual de desenvolvimento, que leva ao esgotamento de recursos naturais e ao aumento das desigualdades.
“Como 2012 será também um ano de eleições em alguns países importantes como EUA, Alemanha e França, isso prejudica decisões. Talvez essas nações não queiram assumir alguns compromissos, que podem comprometer os resultados nas urnas”, alerta. Ele reforça que, no contexto da Economia Verde, as discussões do FSM permanecerão voltadas a questões sociais, ao combate às desigualdades.
No campo empresarial, Grajew informa que algumas iniciativas em andamento são do Instituto Ethos, que lançou, em fevereiro deste ano, a Plataforma por uma Economia Inclusiva, Verde e Responsável.  “A proposta é que possa ser apresentada também uma agenda de sustentabilidade urbana para os candidatos às eleições municipais brasileiras, no ano que vem. O projeto será amadurecido na Conferência Ethos, em agosto deste ano.”

Governança e desenvolvimento sustentável


Um tema complexo que estará na Conferência, segundo Belinky, diz respeito à governança em um cenário de desenvolvimento sustentável. “Este tema está sendo pouco debatido oficial e extra-oficialmente. Deve ser visto não como uma discussão sobre burocracia, mas como uma condição necessária para encaminhar as decisões e recomendações que se tomem na conferência”, analisa.

Belinky afirma que, se por um lado, hoje se enxerga o desenvolvimento sustentável no conjunto, as instituições internacionais e internas a cada país são estanques. “Umas atuam no campo econômico, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o FMI e a Organização Mundial do Comércio (OMC), que não se conectam nas dimensões sociais e ambientais. Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Mundial do Trabalho (OIT), que têm algum poder político, estão desconectadas do lado ambiental. A ideia é integrá-las à questão do desenvolvimento sustentável”.

No caso da questão ambiental, as discussões levam à constatação de que não existe nenhuma organização internacional com real poder regulatório. “O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) é um dos com menor orçamento na ONU e depende de adesões voluntárias. Não é essencial dentro do sistema, participa quem quer. Pode encaminhar, no máximo, estudos, recomendações, mas sem poder regulatório”.
Como primeiro passo, uma das propostas que serão defendidas pela sociedade civil é que haja uma resolução para se criar uma agência ambiental internacional, aprimorando o funcionamento do Pnuma ou por meio de sua união com outras agências. “O governo brasileiro, inclusive, tem defendido uma 'agência guarda-chuva', que tenha sob ela várias agências internacionais do sistema ONU.” As entidades, segundo Belinky, enxergam que existe uma necessidade tanto ética quanto política e econômica de tirar as pessoas da pobreza. “Isso não significa que deverão ter padrão de consumo insustentável, como o norte-americano e europeu. Não é objetivo estender a sociedade perdulária”, adverte.
As expectativas sobre os resultados da Rio+20 caminham na direção de dois extremos. “Será uma grande oportunidade ou nulidade. A conferência pode fazer uma convergência, desatar nós ou, então, se não se dispuser, será um ponto de jogar conversa fora. Mas de qualquer forma, a mobilização de propostas da sociedade civil será um avanço. Ou os governos são capazes de mostrar relevância no mundo contemporâneo ou são incapazes de acompanhar o ritmo que a sociedade avança, se tornando um empecilho”.

Fique por dentro da Rio+20

Agenda preparatória da Rio+20 - http://prezi.com/tpxnhnc3qetb/rio20-roadmap/
Site oficial da Rio+20 - http://www.uncsd2012.org/rio20/
O Comitê Facilitador da Sociedade Civil Brasileira para a Rio+20 promoverá em 2 de julho, no Rio de Janeiro,a primeira atividade preparatória da Cúpula dos Povos, e está convocando a participação de organizações da sociedade civil e movimentos sociais e populares brasileiros e mundiais. Veja mais em www.Rio2012.org.br.
Diálogos Nacionais Rumo à Rio_20 - http://vitaecivilis.org/economiaverde/
Vitae Civilis - www.vitaecivilis.org.br/
CEBDS - www.cebds.org.br/
Fórum Social Mundial - http://www.forumsocialmundial.org.br/
Instituto Ethos - www.ethos.org.br/

segunda-feira, 16 de abril de 2012


ARTIGO:

De frente para a América Latina


Cresce interesse por contribuições inovadoras da região e do Brasil. Mas em nossas universidades, muitos ainda se aferram ao eurocentrismo…
Por Felipe Amin Filomeno*, colaborador de Outras Palavras e editor de blog pessoal
A colonização ibérica deixou um legado comum aos povos da América Latina que justifica seu entendimento como unidade cultural, geopolítica e econômica dotada de significado real e não apenas de sentido ideológico. Entretanto, parte deste legado é uma mentalidade eurocêntrica que nos cega para os laços que conectam nós, brasileiros, a nossos hermanos do restante do subcontinente. Esta cegueira debilita nossa capacidade de solucionar nossos problemas e de perceber o quanto ela mesma é anacrônica diante da posição conjuntural da América Latina no sistema mundial.
Não surpreende, portanto, que o Brasil, ou qualquer país latino-americano, seja um dos piores lugares do mundo para quem deseja estudar a América Latina como um todo. São pouquíssimos, na região, centros acadêmicos que oferecem programas de estudos latino-americanos. No Brasil, temos o PROLAM da USP, o IELA da UFSC, entre poucos outros. Recentemente, o governo federal criou a UNILA – Universidade da Integração Latino-Americana. Localizada em Foz do Iguaçu, na fronteira tripla de Brasil, Argentina e Paraguai, a UNILA é uma iniciativa pioneira voltada à formação de uma comunidade regional de pesquisadores e estudantes dedicados ao estudo da América Latina. A universidade é bilíngüe (Português e Espanhol) e parte do corpo discente vem de países vizinhos. Vem somar a outros esforços de integração do continente em nível acadêmico, como o CLACSO e a FLACSO (Conselho e Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais).
Desse modo, pouco a pouco, vamos corrigindo um eurocentrismo incoerente não só com a realidade histórica deste conjunto de países, mas com sua posição na conjuntura atual do sistema capitalista mundial. Certos processos transnacionais contemporâneos, que encompassam e também são constituídos em países latino-americanos, tornam necessário o estudo da América Latina enquanto região. Talvez, o principal desses processos seja a re-localização dos centros de acumulação de capital em escala mundial, que se transferem do Eixo Atlântico-Norte para a Ásia. Este processo tem várias implicações para a América Latina. A abundância de dólares no mundo associada à crise nos EUA permite a países como o Brasil deter maiores reservas cambiais, habilitando-o a condicionar mudanças na governança das finanças mundiais. O commodity boom associado ao crescimento da China proporciona rendas extraordinárias a exportadores latino-americanos, as quais têm sido gerenciadas e aplicadas de maneiras diversas por cada país. Para a compreensão dessas transformações, a perspectiva transnacional, regional e comparativa é a mais adequada.
Curiosamente, o eurocentrismo acadêmico existente na América Latina é incoerente também com a percepção (e expectativa) que estrangeiros têm de nós. Com base em experiência própria como acadêmico brasileiro em instituição universitária norte-americana, posso afirmar que professores e estudantes americanos não têm o menor interesse em saber o que conhecemos sobre a Revolução Francesa ou sobre a Independência dos EUA. Conosco, eles querem aprender sobre o movimento zapatista, sobre a bossa nova e Evo Morales (e vai passar vergonha quem só souber coisas sobre o Brasil). Nos syllabi de cursos sobre teorias do desenvolvimento em universidades americanas, não se mencionam contribuições de economistas brasileiros ou argentinos à teoria econômica ortodoxa (pois isso eles podem achar em Chicago), mas quase sempre há um par de leituras obrigatórias sobre a teoria da dependência.
Este desejo dos americanos no que é genuíno do subcontinente é justificado. A América Latina, crescentemente, vem sendo reconhecida não mais como problema, mas como fonte de inovações em políticas públicas e mobilização social. Mesmo expoentes do pensamento conservador, como Francis Fukuyama (autor de O Fim da História), já reconhecem, por exemplo, que a América Latina é seio de “pensamento inovador em política social” e o Brasil, em particular, exemplo de uma “nova política industrial” no pós-crise, capitaneada pelo BNDES. Conforme observado por David Harvey, pensador marxista da City University of New York, olhando para a forma como os EUA e a União Européia têm reagido contra a crise econômica mundial, vemos uma re-edição das políticas de austeridade fiscal que transferem o ônus da crise para grupos sociais desprivilegiados sob hegemonia das altas finanças. Na América Latina é que vemos novidades em relação aos decênios passados, como um keynesianismo equilibrado no Brasil e políticas sociais re-distributivas de windfall profits na Argentina.
Logo, estudar a América Latina como região, compreender-nos relativamente aos nossos vizinhos, é ponto de partida apropriado para que possamos oferecer a nós mesmos, e ao mundo, alternativas originais para os desafios sociais, econômicos e ecológicos que o mundo enfrenta. Aos brasileiros, às vezes relutantes em se reconhecerem como latino-americanos, cabe lembrar que, se culturalmente somos parcialmente distintos por falarmos o português, territorialmente somos o país com o maior número de fronteiras com países latino-americanos. A mentalidade eurocêntrica nos faz ver a associação com a América Latina como motivo de vergonha; hoje, essa associação é empowering (política e analiticamente).

Felipe Amin Filomeno
é sociólogo e economista, doutorando em Sociologia pela Johns Hopkins University, com apoio da CAPES/Fulbright. Tem artigos publicados nas revistas Economia & Sociedade, História Econômica & História de Empresas, e da Sociedade Brasileira de Economia Política.



Envelhecer hoje
 Organização Mundial de Saúde divulga novos dados sobre o envelhecimento no mundo
Por Ilana Ramos

Diabetes, hipertensão, câncer, depressão e doenças coronarianas já se mostram questões que merecem atenção especial hoje em dia. Imagina o que acontecerá daqui a 40 anos? Em atenção ao Dia Mundial da Saúde, 07 de Abril, a Organização Mundial da Saúde (OMS) preparou um relatório com as previsões para 2050. E as novidades não são muito animadoras. O envelhecimento da população mundial vai ser notável até lá e o crescimento da incidência das doenças crônicas não-transmissíveis resultará em muitos gastos e dor de cabeça. A não ser que políticas de atenção à saúde dos futuros idosos comecem hoje.
Segundo o comunicado da OMS, nos próximos anos, pela primeira vez, haverá mais pessoas com mais de 60 anos de idade do que com menos de cinco. E 80% delas viverá em países pobres ou em desenvolvimento, como é o caso do Brasil. De acordo com Simoni Lahud Guedes, antropóloga e professora do Departamento de Antropologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), "nada disso vai ser fácil para a sociedade. O idoso é caro. Não podemos pensar que todos os idosos são o que chamamos hoje de 'novo' idoso, aquele que faz exercícios, se alimenta corretamente e se mantém ativo também psicologicamente. Muitas pessoas, quando envelhecem, se tornam total ou parcialmente dependentes da ajuda de filhos ou profissionais para fazer atividades simples do dia-a-dia. E isso pesa no bolso, não só da família, mas do governo, que precisará criar serviços de saúde e assistência mais elaborados para atendê-los".
Serão 400 milhões de idosos no mundo em 2050, ainda de acordo com a OMS. Esse número assusta se pensarmos que em meados do século XX havia apenas 20 milhões. As doenças crônicas não-transmissíveis, como diabetes, câncer e hipertensão, com incidência mais alta na população idosa, afetarão seriamente a qualidade de vida de toda a sociedade e buscar evitar que isso aconteça é a principal meta da OMS. Para isso, a Organização afirma que "o risco de desenvolver alguma dessas doenças é significativamente reduzido adotando-se comportamentos saudáveis, como estar ativo psicologicamente, ter uma dieta saudável, evitar o consumo de álcool e não fumar ou usar produtos derivados do tabaco. O quanto antes as pessoas adotarem esse estilo de vida, maiores as suas chances de aproveitar a terceira idade com saúde".
Promover o envelhecimento ativo e saudável, no entanto, não deve partir somente da população – que, de forma geral, ainda não enxerga a importância de adotar esse comportamento – mas o governo também deve colaborar. Para Simoni, "promover envelhecimento ativo e saudável é um dos recursos que, sem dúvida, pode ser utilizado. Para o idoso isso é essencial. Neles, além de fazerem atividade física, eles também socializam. O problema é que, em geral, esses programas não são de governo, não têm continuidade. Eles dependem de que alguém queira fazer. Começam e acabam quando terminam os recursos. Mas, sem dúvida, isso é essencial. É uma maneira fundamental de tornar menos onerosa para todos a saúde do idoso. Porém, a iniciativa precisa partir do governo e, não, de particulares".
No entanto, segundo a OMS, a saúde fragilizada da população idosa não é a única preocupação que as pessoas têm quando envelhecem. Atitudes estigmatizadas e estereótipos comuns tendem a evitar que pessoas mais velhas participem plenamente da sociedade. Simoni entende que "hoje em dia há uma separação entre o jovem e o idoso. Esses programas que promovem a saúde da população mais velha, embora importantes, colocam ela em uma espécie de gueto, onde somente elas podem participar e interagir. Estimular a relação entre as gerações é importante não só para mudar a visão que o jovem tem do idoso, mas também para mudar a visão que o idoso tem do jovem. É fundamental que ele tenha oportunidade de compartilhar experiências e vivências com pessoas das mais variadas idades".
A publicação da OMS cita uma frase inteligente da Dra. Margaret Chan, Diretora-Geral da Organização. "Quando um homem de 100 anos de idade termina uma maratona, como aconteceu ano passado, nós precisamos repensar definições convencionais do que significa ser 'velho'. Já não se sustentam estereótipos de séculos passados".

A OMS acredita fortemente na importância do governo na promoção do envelhecimento saudável e, por isso, listou quatro ações que governos e sociedades precisam tomar – hoje – para prevenir doenças crônicas e garantir um envelhecimento ativo. Veja abaixo:
1. Promover boa saúde e comportamentos saudáveis em todas as idades para prevenir ou adiar o desenvolvimento de doenças crônicas.
2. Minimizar as consequências de doenças crônicas através da detecção precoce e tratamento de qualidade (primário, de longo prazo e paliativo).
3. Criar ambientes físicos e sociais que promovam a saúde e participação de pessoas idosas.
4. "Reinventar o envelhecimento" – mudar atitudes sociais para criar uma sociedade na qual pessoas mais velhas são respeitadas e valorizadas.

Embora o brasileiro possa ter dúvidas quanto à capacidade do País de cumprir determinadas ações, Simoni diz acreditar que nada é impossível. "Acho que capacidade o Brasil tem, é só querer. Temos capacidade pra tudo. Colocamos todas as crianças na escola, não é? É uma porcaria, tudo bem, mas tá todo mundo lá, coisa que achávamos impossível alguns anos atrás. Vai dar trabalho. É preciso ter um investimento sério e continuado e programas de governo inteligentes. Nós temos o melhor programa do mundo de atenção a Aids. Temos recursos humanos e materiais para isso, basta querer".


domingo, 15 de abril de 2012

VII ENEJAC :

 
 Com muita alegria enviamos mais uma mensagem sobre o VII ENEJAC!
 
"Aquí estamos
los de ayer, los de hoy y también los de mañana
porque así somos más fuertes en las ganas
pa' cantar lo que tenemos que cantar.
Y aquí vamosporque nada nos parece indiferente
cuando en juego está el futuro de la gente
que reclama de este mundo lo mejor.
Cada humano hace un tramado con lo de hoy y lo que fue
y olvidar no se decreta ni por fuerza ni por ley".
(Quilapayún)
 
E aqui estamos 80 ex-jacistas, do Brasil, Chile, Argentina, Uruguai e Paraguai, prontos para chegar a Foz de Iguaçú, e fazer do VII ENEJAC um grande encontro !
E aqui vamos, como diz a canção: "porque nada nos parece indiferente" e...
porque não esquecemos o nosso compromisso cristão assumido no movimento,
porque continuamos preocupados com o futuro da sociedade,
porque nos sentimos solidariamente irmanados entre os Latino-americanos
porque temos vontade de ver-nos, abraçar-nos, rir, cantar, celebrar, passear, conhecer...
porque queremos compartilhar momentos de nossas vidas
porque construímos uma amizade cimentada no projeto de uma utopia comum
porque só laços tecidos na fé fazem o milagre de que sejamos capazes de dizer aindahoje:
porque ... ...........................................
(cabe a você dizer o último porque)
escreva e envie ao remetente que faremos um grande painel com as respostas!
Aqui estamos,os de ontem, os de hoje e também os de amanhã ! 
 
Somos 80 ex-jacistas,
que estaremos juntos de 7 a 11 de novembro em Foz de Iguaçú participando do VII ENEJAC! e do Primeiro Encontro Latino-americano !
 
Estamos felizes de recebê-los!
Um grande abraço para todos e todas,
A comissão organizadora

domingo, 8 de abril de 2012

Feliz Páscoa!!!
Como aos apóstolos assustados na tempestade, Cristo repete aos homens de nosso tempo:
“Coragem, sou eu, não tenhais medo!” (Mc 6,50)
E se Ele está conosco, por que havemos de temer?
Embora possa parecer escuro o horizonte da humanidade, celebramos o triunfo esplendoroso da alegria pascal.
Se um vento contrário dificulta o caminho dos povos, se o mar da história se torna borrascoso, ninguém deve ceder ao pavor nem ao desânimo.
Cristo ressuscitou!
Cristo está vivo entre nós!
A Páscoa traz consigo a mensagem de vida libertada da morte.
Que vençam os pensamentos de paz!
Que vença o respeito pela vida!

 

Texto:  Papa João Paulo II
Mensagem Enviada por Jarina Xavier- Fortaleza/CE

domingo, 1 de abril de 2012

Semana (pouco) Santa
Frei Betto *


No Brasil, a maioria é cristã. Cristãos avulsos, sem vínculos paroquiais ou comunitários. Por isso, profanamos a Semana Santa. Em vez do lava-pés na quinta-feira, lavamos a alma em dúzias de cerveja. Em vez da memória do Senhor morto na sexta, o churrasco no quintal e a sofreguidão de quem acredita que felicidade resulta da soma de prazeres. Em vez de aleluias no sábado, o mergulho em piscinas e mares. Em vez da Páscoa, a mais importante festa cristã, um domingo de lazer no qual se espera apenas que o Sol ressuscite dentre as nuvens e nos conceda a glória de seu brilho.
Estamos perdendo a memória das datas emblemáticas e dos ritos de passagem. Nossas crianças crescem no ateísmo prático, como se Deus fosse um camafeu guardado por suas avós numa caixa forrada de veludo. Se não há quem as leve à igreja, faça-as participar do lava-pés e da procissão da cruz, e cantar aleluias pela ressurreição de Jesus, como esperar que cresçam com algum sentimento religioso?
Tornam-se, pois, neófitas da religião das novas catedrais: os shopping-centers. Aprendem que a Semana Santa é apenas uma miniférias que demarca com nitidez duas classes de seres humanos: os que podem viajar e os que ficam. Se um dia forem relegadas à categoria dos que ficam, sentir-se-ão humilhadas, reagindo segundo a única escala de valores que conhecem: a do status a qualquer preço.
Os fatos históricos celebrados pela Igreja na Semana Santa fazem parte dos arquétipos que regem a nossa cultura ocidental. Olvidar-se que, no século 1, Jesus de Nazaré foi perseguido, preso, torturado e assassinado na cruz por “passar a vida fazendo o bem”, como sublinham as Escrituras, é perder a identidade cristã. Sem paradigmas e referências, invertemos os valores. Trocamos a religião pelo consumo, abraçando inclusive uma religiosidade prêt-à-porter, de quem busca nos astros e nas cartas, nos búzios e no I Ching o que convém à própria segurança psicológica.
Nenhuma preocupação com os pobres, nenhuma fome de justiça, nenhuma entrega à oração. Fugimos de práticas comunitárias como o diabo da cruz. Inventamos uma religião individual, na qual somos fiéis e bispos, profetas e doutores. Por isso nos encanta a literatura esotérica que nutre nossa fantasia com manuscritos arcaicos e anjos cabalísticos. Nada disso exige que se cumpra o fundamental: amar ao próximo, sobretudo o carente.
É Páscoa, mas não passo. Fico na minha. Entregue ao ócio dos feriados. Se possível, vendo filmes na TV. E não me peçam que pare o carro caso encontre um acidentado na estrada. Sujaria tapetes e bancos, impressionaria as crianças, atrasaria a viagem. Exceto se a fatalidade fizer com que o acidentado seja eu.

 
• Frei Betto é escritor, autor do romance sobre Jesus “Entre todos os homens” (Ática), entre outros